sábado, 13 de outubro de 2007

Ele...



Cheira a fresco-molhado.Ali.Pés num poço de sal e verde-azul de ondas.
O mar entrou em mim.Há tanto tempo que eu não o ouvia...
Não ouvia sem querer ...por querer.Não ouvia e pronto.
Cocegou-me fazendo-me sorrir.Brincava comigo.Ele sabia.
As rochas escuras e duras tinham um ar assustador...petrificavam-me.
Mas ele veio de mansinho borbulhar-me canções de espuma e de nanar.
Aconcheguei-me no molhado e dormi minutos refrescantes.

Pestanejei depois de sonos-sonhos entrecortados de Adamastores
e Piratas bonitos de cabelos compridos desgrenhados.
Curiosa-interrogada olhei os dois copos de vinho ao meu lado esquerdo.
Balbuciei para dentro-fora:
-Dois?!
Esperei até ao sol se espreguiçar laranja de sono...
Esperei até as estrelas cintilarem tremeluzentes de gaiatice,
com intermitentes piscar-de-olhos-luzes.
Olhei em volta e esperei.

Então...
Sorvi em pequenos tragos , o vinho...de um copo.Depois...do outro.
E num então mais depois, deixei-me enlaçar por ele...o mar.

Foto de Paulo Martins e palavras de Nia